Marceneiro é eleito Servidor do Ano da Universidade

20/10/2014 00h00 ⋅ Atualizada em 28/10/2019 13h09

 

Com quase 60% dos votos dos servidores técnico-administrativos, o marceneiro “Baiano” foi eleito o servidor do ano da UNITAU. No próximo dia 3, ele será homenageado na Câmara, em uma sessão que comemora o Dia do Servidor Público, celebrado no dia 28.

Natural de Itabuna, na Bahia, o profissional do Departamento de Obras e Manutenção (DOM) mudou-se para a capital São Paulo há 19 anos – ele tem 41 de idade. Poucos meses após se estabelecer na cidade, ele veio para Taubaté na tentativa de conhecer um irmão e na busca de melhores condições de vida, “meio por acaso”, assim como muitas passagens de sua vida.

“Cheguei em um dia, arranjei emprego no outro”, conta ele, que prefere ser conhecido apenas pelo apelido, em vez do nome, Marcos José Lira Bezzerra.

Após um mês em uma empresa no centro, deixou o emprego e partiu para uma vaga na marcenaria da Universidade, atividade que continuou a desempenhar pelos anos seguintes.

Responsável pela confecção de diversos itens espalhados pelos Departamentos, especialmente as divisórias – sua especialidade – e o conserto de fechaduras, Baiano é conhecido na maioria das unidades da UNITAU, tanto pelo trabalho realizado quanto pelo constante sorriso no rosto e pelo entusiasmo.

Sobre o ofício de marceneiro, Baiano relata que aprendeu a trabalhar sozinho, primeiramente observando o pai e depois arriscando. “Mexo com marcenaria desde os 9 anos, ninguém me ensinou, eu ia fazendo. Com as divisórias também foi assim, um dia o responsável pediu, eu nunca tinha feito, mas sempre tive disposição de aprender.”

HOMENAGEM – Esta é a segunda vez que o marceneiro é escolhido o funcionário do ano. A outra foi em 2010, também pelos votos dos funcionários. Na votação de 2014, ele obteve 114 votos, o equivalente a 57,58% do total.

Em 2010, Baiano, que é pai de três filhos e avô de um neto, também participou de uma cerimônia em comemoração ao dia do servidor na Câmara. O momento acabou se tornando uma forma de reencontro com parte da família, que ele não vê desde que deixou Itabuna.

“Falei com o meu pai por telefone e ele conseguiu assistir a sessão pela internet e me viu. Minha tia, que é como uma mãe para mim, também me viu e ficou muito contente”, conta.

DESAFIOS – O funcionário da UNITAU fala com orgulho das dificuldades superadas, desde a infância e juventude difíceis na Bahia, passando pela mudança para São Paulo até os desafios vividos em Taubaté, entre eles um acidente gravíssimo.

Na ocasião, ele e o filho foram vítimas de um atropelamento. Baiano teve traumatismo craniano e recebeu diagnósticos pouco otimistas dos médicos, mas, para surpresa da família e dos amigos, em pouco tempo o quadro foi revertido. Apesar das sequelas – ele perdeu o paladar, o olfato e a audição de um ouvido, o marceneiro deixou o hospital em menos de um mês.

O marceneiro se considera um vitorioso na vida. “Acredito muito na honestidade, no caráter. Com isso, conquistamos a confiança das pessoas. Não sou rico por bens materiais, mas por outras coisas.”  

ACOM/UNITAU