O engenheiro da comunicação

19/06/2015 00h00 ⋅ Atualizada em 28/10/2019 01h24

 

Sentado em sua sala no 8º andar do prédio do Banco Santander, em São Paulo, o engenheiro Marcos Madureira trabalha com afinco na rotina do mercado financeiro. Ao lembrar-se de seu passado, porém, o Vice-Presidente Executivo de Comunicação, Marketing, Relações Institucionais e Sustentabilidade admite não ter planejado chegar onde chegou.

Nem a engenharia fazia parte de seus planos. Praticante ávido de esportes, o jovem Marcos, residente na cidade de Santos, no litoral do estado de São Paulo, tinha a intenção de estudar Educação Física. Entretanto, seus planos mudaram quando recebeu o convite de um amigo para prestar o vestibular de Engenharia e morar em Taubaté. “Ele falou ‘Marcos, vamos! A gente vai ficar em uma casa com um grupo de amigos e tal’”, conta Madureira. “Acabei sendo aprovado. E aí comecei a estudar Engenharia e gostei bastante.”

Próximo à conclusão de seu curso, Marcos começou a estagiar na Eaton, empresa de produtos e sistemas elétricos, hidráulicos, automotivos, aeronáuticos e de filtração de São José dos Campos. “A minha expectativa era me formar e ganhar dinheiro”, conta. “Quando eu estava terminando a faculdade, o meu chefe na Eaton foi para a Embraer e me convidou para ir com ele.” A proposta, porém, foi negada. Para trabalhar na Embraer, Marcos teria de abdicar de certas coisas. “Ele me disse: ‘você vai ter que parar com esse negócio de todo fim de semana ir para Santos’. Então, eu disse não. Você vê que a vida às vezes tem dessas coisas, e eu fiz uma escolha diferente.”

Negócios e automóveis

Já formado, Madureira percebeu que queria morar em São Paulo. Passou então no processo seletivo da Fiat Automóveis, em uma área da Engenharia que trata de legislação e contato técnico com o governo. Ele ficou 11 anos trabalhando para a Fiat, em um ramo que norteou sua carreira atual.

Além da Fiat, o engenheiro se envolveu com os trâmites institucionais da Anfavea (Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores), da qual um dia foi Vice-Presidente. “Desde o primeiro dia que eu comecei na Fiat, comecei a trabalhar junto com a Anfavea. E eu fiquei, então, praticamente 29 anos trabalhando lá”, explica. Após os 11 anos com a Fiat, Marcos foi convidado para assumir a área de relações institucionais e governamentais da Mercedes-Benz. Posteriormente, assumiu também a área de comunicação. “Era uma área com que tinha uma relação muito grande. Eu fiquei 18 anos na Mercedes.”

“Eu tinha meu objetivo de carreira muito claro”, explica. “Eu me tornei presidente da Anfavea, quatro meses depois que eu saí da Mercedes.” A carreira de Marcos, porém, mudou de rumo quando ele recebeu o convite de um amigo para deixar o mercado automobilístico e entrar no mercado financeiro. “Não foi algo planejado”, ressalta.

Para uma carreira de sucesso

Hoje, trabalhando no Santander há mais de 10 anos, Madureira admite ter escolhido o Banco pelos novos desafios e destaca que nunca viveu um momento profissional tão interessante quanto agora. “Eu gostava muito (da Mercedes), mas conhecia tudo. E, de repente, era uma possibilidade de ir para uma área em que eu me sentiria totalmente desconfortável. Que era tudo novo. E isso motiva. Essa foi a razão pela qual eu acabei saindo.”

“Eu nunca poderia imaginar na minha vida fazer o que eu estou fazendo. Se você perguntar o meu perfil, talvez fosse um perfil para essa área, mas eu me formei em outra”, conta.

Para as pessoas que perguntam o segredo de seu sucesso, Marcos ressalta três pontos: gostar do que estiver fazendo, coragem e sorte. “Faça aquilo de que você gosta”, aconselha. “De um lado, eu tive a coragem de aproveitar as oportunidades e, do outro lado, eu tive sorte. Sorte nas oportunidades que apareceram e a sorte de fazer sempre coisas de que eu gostei muito. Em todas as coisas eu tive tremendo prazer.”

Willian Amaral
ACOM/UNITAU