Assistência social na prática: implementação do SUAS na região

05/10/2015 00h00 ⋅ Atualizada em 03/11/2019 05h43

 

A assistência social é definida constitucionalmente como “política pública: direito do cidadão, dever do Estado – integrante da seguridade social junto com saúde e previdência social – organizada em sistema descentralizado e participativo”. Na prática, envolve diferentes atuações. Para guiá-las, foi criado o SUAS (Sistema Único de Assistência Social), que, embora de profunda importância para a sociedade, ainda é um desafio para muitas cidades e setores.

O projeto Assessoria à implementação do SUAS no Vale do Paraíba, Serra da Mantiqueira e Litoral Norte tem como objetivo fornecer capacitação aos assistentes sociais da região. Ele foi criado e implantado na UNITAU em 2007 por uma equipe de professores, dentre os quais permanece a Profa. Dra. Elisa Maria Andrade Brisola, atual coordenadora da iniciativa.

O projeto funciona, atualmente, por meio de três modalidades: capacitação de trabalhadores sociais (conselheiros municipais de assistência); assessoria dos conselheiros; supervisão técnica, em que as professoras vão até os municípios participar das reuniões de equipes técnicas, discutir o trabalho e qual a melhor maneira de realizá-lo.

Nas reuniões mensais ministradas pela professora Elisa e pela Profa. Ma. Adriana Davoli Arizono, que também integra o projeto, os servidores públicos têm acesso ao contexto atual do exercício da profissão. “Para nós, o sentido do trabalho é recebê-los aqui, acolhê-los, ajudá-los, guiá-los a refletir, a pensar sobre o próprio trabalho e a mudar nossa própria prática”, ressalta a professora Elisa, que se considera uma militante da assistência social, tendo como objetivo pessoal ajudar a construir uma sociedade justa e igualitária, em que as pessoas possam participar dos processos decisórios.

“Tudo que a gente faz na vida tem de ser porque a gente acredita.” Para Luiz Ferreira de Mello Filho, que participa do projeto desde o começo de 2015, a ação ajuda a lidar com a questão social no cotidiano do trabalho. “Eu trago na minha lembrança aquilo que é conversado, as experiências que são trocadas com os outros assistentes e, por serem de municípios circunvizinhos, a gente passa a entender que a realidade é bem parecida e cada um que fala dessa dificuldade também traz um tipo de solução ou uma forma de enfrentamento da questão social”, afirma ele.

Continuidade no processo de formação

Para a professora Adriana, as experiências da sala de aula são complementares à extensão. “A experiência da extensão é muito rica porque dá a possibilidade de acompanhamento da conjuntura nacional e regional em relação ao desenvolvimento das políticas de assistência social”, disse. “Elas (as políticas) têm se desenvolvido com rapidez, há muita troca de normativa, muita resolução, é tudo muito dinâmico. A possibilidade de participar desse projeto traz essa dinamicidade para dentro da Universidade e contribui muito para o exercício profissional”, continua.

Segundo ela, esse é um trabalho educativo com uma perspectiva diferenciada. “Trabalhamos com quem já está no exercício profissional. Acabamos tendo oportunidade de trabalhar tanto no processo formativo, quanto na continuidade desse processo, e isso acaba retroalimentando nossa experiência. Não se pode dissociar ensino, pesquisa e extensão.” Tânia Mara Campos, que frequenta o projeto há quatro anos, ressalta a importância de se dar continuidade ao processo de formação. Para ela, o conhecimento adquirido no projeto é repassado para a comunidade em forma de melhorias no atendimento.

“Esse projeto me ajuda a ter esse espaço enquanto profissional para receber informações, porque os professores têm mais esse enfoque para a pesquisa e para a parte teórica, e a gente desenvolve isso no local de trabalho.”

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Luiza Schmidt 
ACOM/UNITAU