Exposição do coletivo Anartistas é realizada no Solar da Viscondessa

19/11/2015 00h00 ⋅ Atualizada em 03/11/2019 07h54

 

No Solar da Viscondessa do Tremembé, no dia 18 de novembro às 20h, aconteceu a abertura da exposição Antropofagia Urbana, do coletivo taubateano Anartistas, que teve como atrações shows da banda folk Capitão além e o solo instrumental de Mario Gascó.

A exposição conta com peças únicas e conceituais que fogem do padrão considerado arte e que buscam gerar, acima de tudo, questionamento e reflexão sobre temas de pautas atuais como a violência contra mulher, a reorganização das escolas estaduais e o grafite.

O tema da exposição foi escolhido por meio do conceito de Antropofagia, ritual indígena em que alguma parte do inimigo era comida a fim de absorver dele as qualidades. A aplicação proposta pelos artistas é de absorver toda cultura do outro, do meio externo e da própria pessoa, com o objetivo de se fortalecer.

Todas as peças da exposição foram elaboradas e criadas em conjunto. Aron Pereira, um dos artistas do coletivo, explica sobre eles trabalharem de forma independente e produzirem arte livre e comenta sobre a exposição. “A gente traz essa linguagem da antropofagia que a gente faz, misturando o urbano com o movimento pop e o movimento surrealista, nós absorvemos e devolvemos de uma forma cultural e produtiva na sociedade.”

Um dos vocalistas da Capitão Além, Maurício Redondo, conta que se sentiu honrado ao tocar em uma exposição com um conceito diferenciado. “Finalmente, depois de três anos de convivência, tivemos a oportunidade para fazer esse encontro dos nossos trabalhos”, comenta o músico.

Para a professora de inglês que participou da abertura, Fernanda Waisman, a exposição trouxe a tona questionamentos sobre os problemas atuais e a abertura do Solar para esse tipo de arte traz o despertar desses temas.

“Eu acho que é uma abertura legal da UNITAU porque esses temas são muito atuais, tem muita gente dando opinião sobre eles, como violência contra a mulher, mas bem pouca gente tem propriedade sobre tais assuntos para falar”, disse a professora.

Valdir Rodrigo, integrante do Anartistas, reconhece que muitas pessoas não conhecem o Solar e não sabem que ele está aberto a receber exposições de arte, independente do segmento, e comenta o conceito que envolve a exposição “A gente buscou trazer muita coisa da rua, como o próprio lixo, e colocamos na galeria transformado em forma de arte”.

“A exposição quer passar uma reflexão. A gente faz as obras com o intuito de querer atingir uma outra forma de pensar da pessoa que veio até aqui”, comenta Marck Mendonça, também integrante do coletivo.

A exposição acontecerá até o dia 2 de dezembro na parte superior do Solar e tem a entrada gratuita.

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Gabriela Oliveira
ACOM/UNITAU