Mobilidade Internacional: programas de intercâmbio enriquecem o currículo

30/06/2014 00h00 ⋅ Atualizada em 19/09/2019 07h38

 

No dia 08 de agosto de 2013, Diego Vilela Monteiro, aluno de Engenharia da Computação da Universidade de Taubaté (UNITAU), viveu um misto de euforia e apreensão. A expectativa e a ansiedade eram grandes, pois deixar pessoas queridas para voar rumo à Alemanha causava certa angústia. Era o início de um sonho, alcançado com a promissora bolsa de estudos na Technische Universität Kaiserslautern.

“O Embarque foi tomado pela emoção, estava ansioso para saber como seria a vida aqui em Kaiserslautern, queria trazer todos comigo”, lembra-se Diego. A cidade, destino do estudante, possui pouco mais de 100 mil habitantes e fica no estado Renânia-Palatinado, sudoeste da Alemanha. A viagem foi proporcionada pelo programa de mobilidade internacional Ciência sem Fronteiras. “O Programa é uma importante iniciativa do Governo Federal a fim de fomentar a internacionalização de nossas instituições de ensino e pesquisa.”, explica o Prof. Dr. Edson Aparecida de Araújo Querido Oliveira, Pró-reitor de Pesquisa e Pós-graduação, da UNITAU.

A chegada a uma das cidades palco de jogos da Copa do Mundo de 2006 impressionou o universitário. “No primeiro dia, a cidade parecia imensa, mas depois se tornou aconchegante”, rememora Diego Monteiro sobre a cidade, reformada devido ao evento da Federação Internacional de Futebol (FIFA). Acostumar-se com o ambiente é apenas parte do protocolo que envolve a experiência de um intercâmbio.

Após cerca de dois meses de aulas do idioma germânico, era hora de iniciar os estudos na universidade. “As aulas de alemão ocorreram tranquilamente; já o primeiro dia de aulas da universidade, em outubro, foi um pouco mais complicado. No Brasil, normalmente, o primeiro dia serve para conhecermos o professor e a matéria. Aqui, o professor escreve só o próprio sobrenome e o site no qual os slides e as referências da aula estão disponibilizados, depois começa a dar aula como se não houvesse amanhã”, comenta Diego sobre a diferença cultural encontrada no início da vida acadêmica no país do físico e matemático Albert Einstein.

“A experiência trazida por um intercâmbio amplia a capacidade de aceitar as diferenças, especialmente as culturais; valoriza o currículo com a fluência em outro idioma, além de aumentar a rede de contatos do aluno”, ressalta a Prof.ª Dr.ª Marilsa de Sá Rodrigues, do Departamento de Psicologia, sobre a importância do intercâmbio para o desenvolvimento profissional.

Hoje, após quase um ano na Alemanha, Diego pretende prorrogar sua estádia por lá. “Eu aprendi muito aqui, até mais do que esperava. Minha volta ao Brasil está agendada para agosto, porém estou tentando estender o período para outubro para poder realizar as provas de fim de semestre”, explica o estudante.

O Ciência sem Fronteira concede bolsas a universitários na modalidade “graduação sanduíche”. Para participar das seleções do programa, o candidato precisa estar matriculado em nível superior, em cursos de áreas prioritárias do programa (tecnologias, engenharias, ciências exatas e biológicas, nanotecnologia, entre outras); ter cursado no mínimo 20% e no máximo 90% do currículo previsto para seu curso e se comprometer a permanecer no Brasil pelo dobro de tempo que permanecer no exterior. “O programa é muito bom, a maior parte dos brasileiros que conheci aqui receberam méritos e parabéns por seus trabalhos, acho que estamos causando boas impressões”, salienta Diego Monteiro.

Para os alunos dos cursos de humanas, o Governo Federal anunciou a criação do programa-irmão do Ciência, o Cultura sem Fronteiras, que atenderá a estudantes de Administração, Design, Moda e Programação Visual. Os editais para o novo programa ainda não foram divulgados.

Patricia Zandonadi
PRE/UNITAU